Às 7h15 desta sexta-feira, 27 de setembro do ano da graça de 2024, em Cornélio Procópio (PR), entregou sua alma a Deus o confrade:
+Pe. Heleno Adinaldo de Araújo, SAC +
Pe. Heleno nasceu no dia 20 de janeiro de 1953, em Garanhuns (PE), fez sua consagração palotina no dia 08 de setembro de 1978 e recebeu a ordenação presbiteral no dia 16 de dezembro de 1984. Desde 2019 era vigário da Paróquia São Vicente Pallotti, de Cornélio Procópio (PR), paróquia a qual serviu com zelo pastoral como pároco por longos anos.
O velório acontecerá na Paróquia São Vicente Pallotti, de Cornélio Procópio (PR) e terá início às 15h. Haverá Missa de corpo presente na sexta-feira (27/09), às 19h30. Missa exequial seguida de sepultamento no Cemitério Municipal às 9h do sábado (28/09).
Dai-lhe, Senhor, o eterno descanso entre os esplendores da luz perpétua.
Descanse em paz. Amém!
Pe. Reinaldo Baggio, SAC Reitor Provincial
Pe. Heleno: homem do silêncio e da simplicidade
"No início do meu ministério, tive a graça de ser vigário do Pe. Heleno. Ali, na Pallotti em Cornélio Procópio, além de realizar o estágio pastoral aos finais de semana durante um dos anos da teologia, fiz meu diaconato e vivi os primeiros tempos do ministério sacerdotal. Tantas são as lembranças que carrego e que certamente levarei como lição para minha vida de padre. Não conheci o Pe. Heleno que os confrades conheceram durante o período de formação, nem no auge de seu trabalho em Cornélio, mas já quando sua saúde começava a se fragilizar. Permitam-me partilhar ao menos três características que me marcaram:
Silêncio – Pe. Heleno não era um homem de muitas palavras. De seu lugar à mesa, sua presença era mais eloquente que seus discursos. Quando falava, o fazia com precisão e objetividade, sempre com seu característico bom humor. Seu silêncio prudente o ajudava a falar no momento certo — ou a não falar, quando assim era necessário.
Bom senso – Lembro-me de uma das tantas viagens para a Santa Casa de Londrina, onde ele tratava de uma ferida persistente no pé. Nessas ocasiões, ele me dava conselhos valiosos: “O maior mandamento para um bom pároco é ter bom senso; isso não se aprende na teologia” e “ajude o povo a ser feliz”.
Generosidade – Quem muito fala, pouco faz, diz o ditado. Mas o Pe. Heleno vivia o oposto. Não me refiro apenas ao pão francês no noviciado, ao caldo de cana depois de uma tarde de trabalho ou aos bons vinhos que ele ofertava. Refiro-me ao seu coração discreto, que se abria às necessidades dos que precisavam, fossem seminaristas ou fiéis. Fui testemunha de muitos gestos de caridade silenciosa, nos quais ele apenas me dizia: “Entrega para aquela pessoa e não precisa mencionar meu nome”. Sua generosidade era fruto de seu desapego e simplicidade.
É, colega, você cumpriu o seu dever. E, como gostava de repetir: "A gente leva da vida a vida que a gente leva." Que você leve consigo este sacerdócio generoso e certamente Deus o receberá com alegria!"
Pe. Edvaldo Betioli Filho, SAC
"Hoje faleceu o padre que me mandou para o seminário. Padre Heleno Adinaldo Araújo, SAC.
Querido por muitos que dele sempre tem uma palavra bonita para ben-dizer.
Homem sossegado e bem humorado.
Eu já era coroinha a alguns anos. Ajudei o padre Vicente Hening, o padre José Schindler e tbm o padre Heleno, que me ajudou e a minha família, numa época difícil das nossas vidas, quando meu pai passava por uma dura e penosa enfermidade.
Recordo-me do convite que ele me fez para conhecer o seminário.
Naquele Domingo ensolarado, pela manhã, o Tiaozinho paroquiano que sempre o ajudava, nos levou com seu fusquinha até Londrina.
Lembro-me de tudo com carinho até hoje.
Voltei decidido a ingressar no seminário.
Mas como?
Estávamos convivendo com a doença do meu pai e a luta da minha mãe que havia começado a trabalhar para ajudar em casa. Meu irmão Ricardo tbm na labuta e nosso irmão mais novo Eduardo, que tbm necessitava de nossa atenção constante.
Não tínhamos condições naquela hora, mas minha família, por amor, aceitou comigo esse chamado e o padre Heleno deu um jeito para que tudo pudesse acontecer a bom termo.
Ele convidou a comunidade para participar e, em pouco tempo, eu já tinha tudo que precisava. Eles foram muito generosos e agradeço até hoje, com minhas orações, a estes irmãos da Paróquia São Vicente Pallotti, Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Depois de longos anos veio a ordenação sacerdotal que o padre Heleno recebeu com tanto esmero em sua comunidade. Era um filho da comunidade que estava vindo celebrar a graça do sacerdócio. Eles capricharam. Confesso que naquele dia, tomado pelas tantas emoções que povoaram minha mente e coração, eu comi pouco, mas vi com alegria, a satisfação dos convidados por tudo que foi oferecido.
Depois, ao longo da minha vida sacerdotal, todas as vezes em que eu estava em Cornélio, eu passava algumas horas com ele, concelebrando a Santa Missa e partilhando das alegrias e tristezas da vida.
Digo sem falsa modéstia, mas tbm com alegria e humildade que, por me acompanhar desde sempre, o padre Heleno fazia questão de mostrar o orgulho que sentia por eu ter recebido a ordenação sacerdotal.
De fato, o considero um padrinho e mesmo um pai espiritual.
Mas eu tbm digo, hoje mais do que nunca, que eu sempre senti carinho e orgulho por tê-lo como alguém decisivo na minha vocação sacerdotal e palotina.
Agradeço a Deus pela vida do padre Heleno e suplico a Deus para que ele descanse em paz.
Peço ao Senhor que me ajude a ter o bom humor, a discrição e a capacidade de não se deixar abater pelas dificuldades e incertezas da vida que o padre Heleno tinha.
Não faz muito tempo, ele esteve em minha casa, quando veio para o velório da sua querida irmã Maria José.
Naquele dia eu o acompanhei e rezei com ele por sua irmã sem imaginar que em tão pouco tempo depois, ele iria ao seu encontro.
Rezo e creio com a Igreja:
“Na morte, a vida não é tirada, mas transformada, e desfeito o nosso corpo mortal nos é dado um corpo glorioso”.
Que este nosso irmão, agora com Jesus, esteja em paz e livre de toda enfermidade. Que agora contemple à plena luz, Àquele que veladamente, adorou e seguiu em cada Eucaristia.
Antes de ser um bom padre, ele foi uma boa pessoa e um bom cristão.
Sua humanidade foi ornada pelo sacerdócio, vivido como serviço discreto e generoso para com o povo santo e amado de Deus.
Foi um servo humilde da vinha do Senhor e fez com amor o que lhe foi dado fazer.
A-Deus estimado amigo e irmão.
Rezarei por você do lado de cá. Reze por mim, você que agora, está do lado de Deus."
Pe. Renato Vieira, SAC
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