Advento: um tempo de renovação e esperança

O Advento nos convida a viver a vigilância ativa e a caridade autêntica, preparando um espaço interior onde Deus seja reconhecido. Neste Ano Jubilar da Esperança, somos chamados a amadurecer nossa humanidade e a construir uma comunidade unida, renovando o coração para acolher o Senhor que vem.

Caros irmãos e irmãs, entramos novamente neste tempo santo e decisivo, que a Igreja reconhece como momento favorável, dia de graça e de renovação espiritual. O Advento, unido neste ano ao Jubileu da Esperança, nos recorda que Deus continua abrindo caminhos onde muitas vezes só vemos silêncio, espera ou incerteza.

É este o tempo que os antigos patriarcas aguardaram com ardor, que os profetas anunciaram com confiança e que Simeão acolheu com alegria indescritível ao reconhecer, no Menino, a fidelidade de Deus. A cada ano, a Igreja revive com solenidade este mistério, convidando-nos a despertar o coração, a reacender a esperança e a contemplar, com gratidão, o amor do Pai que nos enviou seu Filho para libertar, iluminar e transformar a nossa vida.

No Jubileu da Esperança, somos chamados a recordar que a vinda de Cristo não pertence apenas ao passado; ela se atualiza sempre que abrimos espaço para Ele na fé, nos sacramentos e na conversão sincera do coração. A graça que um dia brilhou em Belém continua a alcançar aqueles que desejam orientar a própria vida segundo o Evangelho e acolher, com humildade, o dom da salvação.

A Igreja que nos conduz à esperança

A Igreja, mãe atenta e cuidadosa, não quer que passemos por este tempo de qualquer maneira. Ela nos conduz com suas celebrações, cantos e orações para que aprendamos a receber o Senhor que vem, assim como nossos pais na fé o fizeram: com vigilância, alegria e profunda esperança. Pois Cristo, que veio uma vez revestido de nossa humanidade, deseja vir novamente a cada dia, para habitar dentro de nós e derramar abundantemente suas graças, basta que não lhe fechemos a porta.

Que este Advento, iluminado pelo Ano Jubilar da Esperança, nos encontre despertos, agradecidos e renovados, preparando-nos para acolher o Salvador como quem se prepara para um encontro que pode transformar tudo. Que cada gesto, cada oração e cada silêncio seja uma chama acesa diante Daquele que vem para restaurar nossa paz, fortalecer nossa fé e renovar nossa história.

Deus em tudo e sempre!

Baseado em: "Cartas Pastorais de São Carlos Borromeu, bispo”.