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“Dilexi te”, é a primeira Exortação Apostólica do Papa Leão XIV.

  • Foto do escritor: Província São Paulo Apóstolo
    Província São Paulo Apóstolo
  • 9 de out.
  • 3 min de leitura

Uma nova exortação apostólica sobre o amor de Cristo encarnado nos pobres. 


Hoje (09/10/2025) foi publicada a primeira exortação apostólica do Papa Leão XIV, um trabalho iniciado pelo Papa Francisco sobre o tema do serviço aos pobres, em cujo rosto encontramos “o sofrimento dos inocentes”. 

A exortação denuncia a economia que mata, a falta de equidade, a violência contra a mulher, a desnutrição e a emergência educacional. 

O Papa retoma o apelo de Francisco em favor dos migrantes, pedindo aos fiéis que façam ouvir “uma voz que denuncie”, porque “as estruturas da injustiça devem ser destruídas com a força do bem”.


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Dilexi te – “Eu te amei” 


O amor de Cristo se encarna no amor aos pobres — um amor concreto, que se manifesta no cuidado dos doentes, na luta contra a escravidão, na defesa das mulheres que sofrem exclusão e violência, na promoção do direito à educação, no acompanhamento aos migrantes e em tantas outras expressões de solidariedade. 

Leão XIV assina sua primeira exortação apostólica, Dilexi te, um texto de 121 pontos que brota do Evangelho do Filho de Deus que se fez pobre desde sua entrada no mundo. O documento relança o magistério da Igreja sobre os pobres, aprofundando a reflexão e a ação social e pastoral desenvolvidas ao longo dos últimos cento e cinquenta anos. Como afirma o próprio texto: “O apelo a fazermo-nos próximos dos pobres” (n. 3). 

Assinada no dia 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis, a exortação marca uma continuidade na tradição da Doutrina Social da Igreja. O papa Leão XIV segue os passos de seus antecessores: 

  • João XXIII, com Mater et Magistra; 

  • Paulo VI, com Populorum Progressio; 

  • João Paulo II, que consolidou doutrinariamente a opção preferencial pelos pobres; 

  • Bento XVI, com Caritas in Veritate; 

  • Francisco, que fez do cuidado pelos pobres e com os pobres um dos pilares de seu pontificado. 

 

O trabalho de elaboração de Dilexi te foi iniciado pelo Papa Francisco meses antes de sua morte. Assim como a Lumen Fidei, de Bento XVI, concluída por Jorge Mario Bergoglio em 2013, também desta vez é o sucessor quem completa a obra. A nova exortação representa, assim, uma continuação da Dilexit Nos — a última encíclica do Papa Francisco dedicada ao Coração de Jesus Porque é forte a “ligação” entre o amor de Deus e o amor pelos pobres: através deles, Deus “ainda tem algo a nos dizer”, afirma o Papa Leão. E ele retoma o tema da “opção preferencial” pelos pobres, expressão nascida na América Latina (16) não para indicar “um exclusivismo ou uma discriminação em relação a outros grupos”, mas “a ação de Deus” que se move por compaixão pela fraqueza da humanidade.


Confira alguns pontos da nova encíclica do Papa:


“No rosto ferido dos pobres encontramos impresso o sofrimento dos inocentes e, portanto, o próprio sofrimento de Cristo” (9). 
“Uma cultura do descarte que “tolera com indiferença que milhões de pessoas morram de fome ou sobrevivam em condições indignas do ser humano” (11). 
“as mulheres que padecem situações de exclusão, maus-tratos e violência, porque frequentemente têm menos possibilidades de defender os seus direitos” (12). 
contagiar por atitudes marcadas por ideologias mundanas ou por orientações políticas e econômicas que levam a injustas generalizações e conclusões enganosas” (15). 
“Os pequenos têm direito à sabedoria, como exigência básica do reconhecimento da dignidade humana” (72). 
“A Igreja, como mãe, caminha com os que caminham. Onde o mundo vê ameaça, ela vê filhos; onde se erguem muros, ela constrói pontes. Pois sabe que o Evangelho só é crível quando se traduz em gestos de proximidade e de acolhimento; e que em cada migrante rejeitado, é o próprio Cristo que bate às portas da comunidade” (75). 
“A dignidade de cada pessoa humana deve ser respeitada já agora, não só amanhã” (92). 
“A falta de equidade é a raiz dos males sociais” (94). 
Os pobres ocupam um lugar central na Igreja” (111). 


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A exortação apostólica Dilexi te é um convite à conversão do olhar e do coração. O papa Leão XIV retoma e atualiza a tradição viva da Doutrina Social da Igreja, recordando que a fé cristã não se separa do amor concreto aos pobres. O Evangelho não é uma ideia abstrata, mas uma experiência de compaixão que se traduz em justiça, proximidade e compromisso. 

Mais do que um documento, Dilexi te é um apelo: o amor de Cristo deve continuar se encarnando na história, nas feridas do mundo e nos rostos daqueles que mais sofrem. Assim, a Igreja é chamada a ser cada vez mais “pobre com os pobres”, uma comunidade que evangeliza com gestos, que serve com humildade e que testemunha, em meio às sombras do tempo presente, a luz do amor que diz: “Eu te amei”.



 

Fontes: Vatican News 


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